Costa Amalfitana em 4 dias: roteiro pelas vilas mais charmosas da Itália

Poucos destinos na Itália despertam tanta curiosidade quanto a Costa Amalfitana. Em uma faixa de litoral relativamente pequena, você encontra falésias dramáticas, vilas coloridas penduradas sobre o mar, estradas cênicas e uma gastronomia que por si só já justificaria a viagem. Nomes como Sorrento, Positano, Amalfi, Atrani e Ravello aparecem em fotos de tirar o fôlego, mas a dúvida de muitos viajantes é: como encaixar tudo isso em pouco tempo sem transformar a viagem em uma maratona exaustiva?

É aí que entra um bom roteiro de viagem. Com quatro dias inteiros na região, é possível equilibrar deslocamentos, passeios e descanso, passando pelos principais cartões-postais e ainda abrindo espaço para surpresas no caminho. Em 2025, a combinação de transporte público eficiente, ferries frequentes ao longo da costa e uma boa oferta de tours facilita a vida de quem quer montar um roteiro enxuto e bem estruturado.

Este guia foi pensado para quem deseja um conteúdo direto ao ponto: você vai ver quando ir, como chegar, onde se hospedar, o que fazer em cada dia, além de dicas claras sobre custos, transporte e restrições para quem dirige. Ao final, você terá uma base sólida para transformar o sonho em um plano concreto, com menos dúvidas e mais confiança.

Quando ir e por que 4 dias funcionam tão bem

Mirante florido com vista para o mar azul intenso em Sorrento, na Costa Amalfitana, parada imperdível de um roteiro de 4 dias.
Mirante de Sorrento com bougainvílias e mar azul infinito, cenário clássico de quem explora a Costa Amalfitana em poucos dias.

Escolher quando visitar a Costa Amalfitana é uma das decisões mais importantes do planejamento. A recomendação é clara: evitar o auge do verão europeu, especialmente julho e agosto, quando as temperaturas sobem, os preços disparam e o trânsito na estrada costeira fica intenso.

Quatro dias funcionam bem porque permitem dividir o roteiro em blocos lógicos: um dia para se ambientar em Sorrento, outro para Positano e Praiano, um terceiro para Amalfi e Atrani e o último para Ravello. Assim, você conhece diferentes vilas sem trocar de hotel o tempo todo, reduzindo o cansaço de fazer e desfazer malas.

Além disso, esse roteiro é fácil de encaixar em viagens maiores pela Itália, combinando com Roma, Nápoles, Capri ou até a região da Puglia. Em uma semana de viagem, esses quatro dias funcionam como um “miolo” perfeito entre outros destinos.

Como chegar à Costa Amalfitana e escolher a melhor base

A porta de entrada mais prática para a Costa Amalfitana é Nápoles. De lá, você segue de trem, ônibus, carro, barco ou transfer até as principais bases da região. Saindo de Roma, o trajeto mais comum é pegar um trem de alta velocidade até Nápoles (cerca de 1h10) e continuar de trem regional ou transfer.

A forma mais popular e econômica de chegar a Sorrento é o trem regional Circumvesuviana/EAV, que sai da estação central de Nápoles e leva cerca de 1h10. É simples e pode ficar cheio na alta temporada, mas cumpre bem o papel para quem quer poupar. Para mais conforto, transfers privados e ônibus intermunicipais são alternativas interessantes, especialmente com mala grande ou em grupo.

Se a ideia é alugar um carro, é fundamental conhecer as regras de “placas alternadas” (targhe alterne) na estrada SS163, que corta a Costa Amalfitana. Em vários períodos entre primavera e outono, carros de visitantes só podem circular conforme o último dígito da placa (finais pares em dias pares e finais ímpares em dias ímpares, em horários definidos). A medida vale para veículos próprios e alugados e visa reduzir o trânsito.

Quanto à base, três cidades se destacam: Sorrento, com ótima estrutura, bom custo-benefício e ligação fácil com Nápoles e Capri; Amalfi, mais central, conectada de ônibus e barco a Positano, Salerno e Ravello; e Positano, a opção mais fotogênica e cara, ideal para quem quer uma experiência romântica e topa investir mais em hospedagem. Escolher uma ou duas dessas bases ajuda a deixar o roteiro mais leve e eficiente.

Dia 1: Sorrento – chegada, centro histórico e clima mediterrâneo

No primeiro dia, a prioridade é chegar, se instalar e entrar no ritmo da Costa Amalfitana. Sorrento é perfeita para isso: oferece uma boa rede de hotéis, restaurantes para todos os bolsos, supermercados, lojinhas e vistas incríveis para a Baía de Nápoles e o Vesúvio.

Depois do check-in, explore o centro histórico, com ruas estreitas, lojas de limoncello, produtos de limão e artesanato local. A Piazza Tasso é o coração da cidade, sempre movimentada, cercada de cafés e restaurantes. Caminhar sem pressa por ali já rende um bom “primeiro contato” com a região.

Siga em direção à Marina Grande, antigo bairro de pescadores que hoje abriga restaurantes à beira-mar. É um ótimo lugar para provar pratos de frutos do mar e sentir a brisa do fim de tarde. No caminho, você encontra mirantes com vistas panorâmicas que, em dias claros, mostram o Vesúvio recortando o horizonte.

Como esse é o início do programa, evite grandes deslocamentos. Em vez disso, aproveite para organizar a logística dos próximos passos: conferir horários atualizados dos ônibus SITA, ver as opções de ferries disponíveis na época, checar previsão do tempo e separar o que precisa estar à mão na mochila (água, chapéu, protetor solar, documentos).

Termine o dia com um jantar em um restaurante com vista para o mar ou em uma trattoria mais escondida. A ideia é começar devagar, descansar do deslocamento e se preparar para o ritmo dos próximos dias.

Dia 2: Positano e Praiano – falésias, praias e mirantes clássicos

Trilha à beira do precipício com vista para o mar Tirreno na Costa Amalfitana, trecho do famoso caminho de caminhada entre vilas.
Caminhada pelo Sentiero degli Dei, experiência que completa o roteiro de 4 dias com vistas panorâmicas inesquecíveis.

O segundo dia é dedicado às imagens mais famosas da região. Positano é o grande destaque, e pode ser combinada com a vizinha Praiano, mais tranquila e menos turística.

Saindo de Sorrento, as opções mais práticas para chegar a Positano são o ônibus SITA Sud e os ferries. Os ônibus ligam Sorrento a Positano e seguem até Amalfi, com frequência maior entre primavera e outono; os ferries são mais caros, mas oferecem conforto, menos trânsito e vistas privilegiadas das falésias, transformando o deslocamento em passeio.

Em Positano, desça até a Spiaggia Grande, principal praia da vila, e caminhe pela orla. A Chiesa di Santa Maria Assunta, com sua cúpula colorida, é um marco da paisagem. Subir as escadarias entre lojinhas de roupas de linho e cerâmicas é cansativo, mas cada curva revela um novo ângulo do mar e das casinhas empilhadas.

Na parte da tarde, siga para Praiano. Menor e mais calma, é ótima para um banho de mar mais tranquilo. A Marina di Praia e a Praia de Gavitella são boas opções, com mar transparente e rochedos ao redor. Quem tem bom preparo físico pode encaixar trechos do Sentiero degli Dei (Caminho dos Deuses), trilha entre Agerola e Nocelle, nas alturas de Positano, com vistas espetaculares.

Dia 3: Amalfi e Atrani – história, mar e vilas coladas

No terceiro dia, o foco é Amalfi, cidade que deu nome à Costa e já foi uma poderosa república marítima, e a pequenina Atrani, praticamente colada a ela. Juntas, formam um dos trechos mais interessantes do litoral, combinando história, arquitetura e praias.

Você pode chegar a Amalfi a partir de Sorrento ou Positano de ônibus SITA Sud, pela estrada SS163, ou de barco, especialmente na temporada mais quente, quando os ferries conectam as principais vilas e Salerno com boa frequência.

Em Amalfi, a Piazza del Duomo é o ponto de partida natural. Ali está a imponente Catedral de Santo André (Duomo di Amalfi), com sua grande escadaria. A visita ao interior da igreja e ao Chiostro del Paradiso ajuda a entender a importância histórica da cidade. Ao redor, ruelas estreitas se espalham entre lojas, cafés e restaurantes.

Quem gosta de história pode visitar o Museo della Carta, que apresenta a tradição local de produção de papel artesanal. Já quem prefere mar pode aproveitar a praia principal e o calçadão, com vista para as falésias e para o movimento de barcos.

De Amalfi a Atrani, a caminhada é rápida. A vila tem uma prainha charmosa, arcos sobre a estrada e uma pracinha central que parece cenário de filme. É perfeita para um fim de tarde mais tranquilo, com menos turistas e mais moradores circulando. À noite, você pode voltar à sua base ou dormir em Amalfi, se quiser dividir as hospedagens.

Dia 4: Ravello – jardins suspensos e vistas panorâmicas

Para fechar o roteiro, o quarto dia leva você para cima. Ravello fica no alto da encosta, acima de Amalfi, e é famosa por seus jardins suspensos, palácios históricos e mirantes panorâmicos. A atmosfera é mais calma e elegante do que nas vilas à beira-mar.

A partir de Amalfi, é possível chegar a Ravello de ônibus SITA Sud, em um trajeto curto e cheio de curvas, ou de táxi/transfer para maior conforto. Os horários dos ônibus costumam ser regulares, mas é sempre importante confirmar com antecedência.

Em Ravello, duas atrações se destacam: a Villa Rufolo, com jardins coloridos e vistas abertas para o mar Tirreno, e a Villa Cimbrone, famosa pela Terrazza dell’Infinito, um terraço cercado de estátuas com uma das vistas mais icônicas de toda a Costa Amalfitana. Caminhar pelos jardins, alamedas e terraços dessas vilas é uma experiência que mistura natureza, arte e história.

Depois das visitas, caminhe pelo pequeno centro histórico de Ravello, com igrejas, lojinhas de cerâmica e cafés com mesas ao ar livre. Esse clima sereno é um ótimo contraponto à intensidade de Positano e Amalfi. No fim da tarde, retorne à sua base para a última noite ou siga em direção a Nápoles, Salerno ou Roma, dependendo dos planos do restante da viagem.

Transporte, custos e dicas práticas para o roteiro

Entender como se locomover e quanto gastar é essencial para que o planejamento funcione bem na prática. Em 2025, as principais opções de transporte continuam sendo ônibus, ferries e carro alugado, com alguns serviços de barco privado para quem busca experiências diferenciadas.

Os ônibus SITA Sud conectam Sorrento, Positano, Praiano, Amalfi, Salerno e Ravello, com horários reforçados entre abril e outubro. São a opção mais econômica e permitem percorrer toda a costa, embora possam ficar cheios nos horários de pico. Muitas vezes, vale pegar o ônibus mais cedo pela manhã para evitar lotação.

Os ferries são mais caros que o ônibus, mas oferecem conforto e vistas espetaculares. Empresas locais conectam Sorrento, Positano, Amalfi e Salerno com saídas frequentes na temporada, e alguns trajetos funcionam quase como passeios panorâmicos.

Já o carro alugado exige cuidado extra. Além do trânsito, da falta de vagas e dos estacionamentos caros, o sistema de targhe alterne restringe o acesso em vários dias entre junho e setembro, e diariamente em agosto e setembro. Ignorar essas regras pode render multas. Por isso, muitos viajantes preferem usar o carro apenas até Sorrento ou Salerno e, dali em diante, adotar transporte público e barcos.

Nos custos gerais, a hospedagem costuma ser o maior impacto. Sorrento e Salerno tendem a ter preços mais amigáveis, enquanto Positano e Ravello concentram hotéis mais caros e luxuosos.

A alimentação é variada: dá para comer bem em trattorias simples e pizzarias, mas também investir em restaurantes com vista para o mar. Uma boa estratégia é definir um orçamento diário aproximado e equilibrar refeições elaboradas com lanches rápidos, sem abrir mão de provar pizza, frutos do mar e doces italianos.

Variações de roteiro: adaptando a viagem ao seu estilo

Vila costeira com casas coloridas sobre arcos de pedra à beira-mar na Costa Amalfitana, uma das cidades mais encantadoras do roteiro.
Vila à beira de falésias na Costa Amalfitana, parada obrigatória para quem quer conhecer de perto o charme das pequenas cidades italianas.

Um dos pontos fortes desse roteiro é a flexibilidade. O plano sugerido funciona muito bem para quem vai pela primeira vez, mas você pode fazer ajustes simples para atender diferentes perfis. Famílias com crianças pequenas podem reduzir o número de vilas em um mesmo dia e incluir mais tempo de praia em Positano, Amalfi ou Sorrento. Casais em viagem romântica podem priorizar Positano e Ravello, escolhendo hospedagens com vista e jantares especiais ao pôr do sol.

Quem gosta de caminhadas e natureza pode encaixar trilhas como o Sentiero degli Dei, dedicar mais tempo à região de Agerola ou combinar a Costa Amalfitana com alguns dias em Capri, acessível de barco a partir de Sorrento e Amalfi. Já os viajantes mais econômicos podem montar base em cidades com melhor relação custo-benefício, como Sorrento ou Salerno, e fazer bate-voltas de ônibus e ferry.

Outra forma de personalizar esse plano é ajustar o ritmo conforme a época do ano e o seu nível de disposição. Na alta temporada, pode ser mais interessante concentrar o roteiro em menos vilas, para não perder tempo preso em trânsito ou filas; fora do pico, dá para ousar um pouco mais e incluir passeios extras, como visitas a vinícolas na Campânia ou um bate-volta até Nápoles.

Também vale adaptar os horários: viajantes que gostam de acordar cedo podem aproveitar mirantes e praias com menos gente, enquanto quem prefere um ritmo mais lento pode focar em boas refeições, cafés demorados e pôr do sol em pontos estratégicos.

Conclusão

O mais importante é entender que este roteiro não é um checklist rígido, mas um ponto de partida. A partir dele, você decide se quer mais praia, mais mirantes, mais vilas históricas ou mais tempo à mesa, apreciando a comida e o movimento. Com informações atualizadas sobre melhor época, transporte, regras para quem dirige e custos médios, fica bem mais fácil tomar decisões conscientes e evitar perrengues.

Se a Costa Amalfitana já está nos seus planos, o próximo passo é simples: escolher as datas, reservar hospedagem com antecedência, estudar os horários de ônibus e barcos e ajustar os detalhes do seu próprio roteiro. Com um pouco de organização, esses quatro dias podem se transformar em uma das experiências mais marcantes da sua viagem à Itália, reunindo paisagens inesquecíveis, refeições memoráveis e aquele clima mediterrâneo que faz a gente querer voltar.

Fontes